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28/12/2012

Um dia de cair o cu da bunda


 Encontrei um velho amigo hoje na rua, que há muito tempo não conversava. Rafael. Não o via há uns 2 meses, desde que eu e ele, junto com mais uns amigos, fomos até a casa de um camarada nosso assar umas pizzas, beber, jogar Playstation 3 e se divertir.

 Perguntei o porquê dele não ter dado nenhum sinal de vida desde aquele dia.

 Rafael respondeu que saiu do hospital há umas semanas atrás, por ter sofrido um prolapso retal. Ou seja, não querendo ser rude, mas ele cagou o cu. Tipo assim, literalmente. O intestino dele foi expurgado pra fora. Nem queira imaginar a cena. Provavelmente por causa da frase anterior você deve estar imaginando. Não foi minha intenção.

 Ele disse que aconteceu isso depois que foi pra casa no dia do rolê da pizza. Todos passaram mal naquela noite, exceto eu. Isso que fizemos uma pizza enorme, super calórica, pra ter um AVC. Porém, pro meu azar, nos meus pedaços de pizza tinham alguns fiapos estranhos de frango que enroscavam na minha garganta, como se estivessem crus. Era horrível.

 O fato é que esse incidente do prolapso trouxe sérias consequências pra Rafael. Seu intestino teve que ser recolocado pra dentro por meio de cirurgia, sem contar as sequelas psicológicas, a humilhação. Disse ele que não consegue cagar sem ficar aterrorizado pensando que o cu vai soltar de novo. Qualquer peidinho ele já se desespera. "É de cair o cu da bunda mesmo", brinquei, sem conseguir segurar a risada. Agora já não tenho certeza se ele achou muito engraçado. Ele afirma que fica pressionando-o constantemente. Sabe... pra mantê-lo BEM FECHADO, evitando qualquer risco de escapar novamente. Ele está paranoico em perder o rabo pela segunda vez.

 Eu disse que tinha que ir andando, e que mais tarde conversava com ele pelo Facebook. Nos despedimos. Em tom de brincadeira, falei, já seguindo meu rumo: "vê se coloca uma coleira nesse seu toba pra ele não escapar de novo! Coloca um cadeado nesse cu aí!". Me virei pra minha direção, rindo. Agora já não tenho certeza se ele achou engraçado.

 Mais tarde, de volta pra casa, entrei no Facebook e lá estava ele no chat. Começamos a bater papo, e a relembrar de nossos rolês. Rimos bastante, a conversa foi bem fluente e descontraída. Rafael então decide confessar algo que ele fez naquele dia da pizza. Aqueles fiapos de frango que enroscavam na minha guela não estavam crus, e nem eram fiapos de frango. Eram pubianos dele. Ele foi no banheiro, cortou e, sutilmente, colocou os pelinhos escrotais dele na porra dos meus pedaços de pizza. Enquanto ele ria, eu me enfurecia, o ofendendo até o fim do universo. Inventei tantos xingamentos que eu devia ir pro Guinness Book. No final, nós dois rimos bastante. Eu ainda estava puto, mas no fundo eu ria.

 Aproveitando a situação, com os risos, a descontração e a confissão de Rafael, decidi por as cartas na mesa e falar. Falar que eu era o único a não ter passado mal naquele dia da pizza porque eu fui quem botou purgante na pizza e na bebida de todo mundo. Foi por isso que todo mundo passou mal, exceto eu. "Você evacuou o cu porque na sua bebida eu coloquei o dobro de laxante", eu disse, rindo alto enquanto teclava.

 Após isso, ele ficou quieto. De repente, me veio a mensagem: "SEU FILHO DA PUTA, VAI TOMA NO CU". E imediatamente em seguida: "Rafael não está no bate-papo...". Fui visitar o perfil dele. "Página não encontrada". O perfil não existia mais. Fui bloqueado. Agora não tenho certeza se ele achou aquilo muito engraçado. E nem se ainda sou amigo dele.

21/12/2012

O meu fim de mundo perfeito


 O mundo não acabou. Mas muitas pessoas ainda torcem ou acreditam no fim do mundo, aceitando ou criando teorias e boatos bizarros, como o alinhamento de planetas que causarão catástrofes, fazendo entrar em erupção vulcões mega caralhentos, ou a aproximação de um suposto planeta errante chamado Nibiru, ou até mesmo cometas e terremotos catastróficos na Terra, mais violentos que Brasilândia.

 Todos esses boatos e teorias apocalípticas já foram desmitificadas pela NASA, então podemos estar tranquilos. Por enquanto. Afinal, ainda estamos aqui. Mas, e se o mundo acabasse? Melhor ainda: e se você pudesse escolher como iria acabar a nossa existência?

 Esqueça esse papo de chuvas de meteoros, aquecimento global, ou extinção em massa com guerras nucleares. Pessoalmente, o meu fim de mundo ideal teria o seu começo relacionado ao LHC, o Grande Colisor de Hádrons. E o que é isso? LHC é um acelerador de partículas, com 27 quilômetros de circunferência, há mais de 100 metros abaixo do solo. Ou seja, o bagulho é GRANDE PARA CACHORRO. Provavelmente bem maior que sua cidade. O que essa prexeca faz? Ela faz uns bagulho aí relacionado a partícula, massa, universo... papo de cientista/astrônomo/astrofísico.

 E por que tudo começaria nessa super perimboca científica? Porque, meu caro, essa engenhoca poderia criar um buraco negro que poderia sair por aí botando pra fuder, destruindo e engolindo a gente em questão de milissegundos. Não sei se isso foi comprovado ou se foi desmentido, mas vamos tomar como um fator ALTAMENTE PROVÁVEL.

 E aí que o negócio começa a pegar fogo. Em um dos vários experimentos do LHC, um teste começa a ser realizado no acelerador de partículas. O objetivo é grande, e embora pareça um pouco arriscado, tudo aparenta estar sobre perfeita ordem... quando a porra toda começa a explodir pelos ares, criando um buraco negro de proporções catastróficas. O buraco negro começa a se expandir lentamente, aos poucos, sugando os físicos, as pessoas, os vermes na terra, as árvores, tudo. Em segundos, o mundo começa a virar uma grande bola distorcida, sendo vaporizada pouco a pouco, eternamente para o nada.

 Ao mesmo tempo, abre-se uma fenda no espaço-tempo dimensional, e portais do passado começam a se abrir por todo o planeta, começando a cair guerreiros romanos e dinossauros desses portais. Os guerreiros começam a atear fogo nas cidades sem nenhuma razão, até porque são guerreiros. Os dinossauros passam a aterrorizar o mundo inteiro, comendo a cabeça das pessoas sem misericórdia. Paralelo a todos esses acontecimentos, os humoristas de internet continuam a fazer piadinhas no Twitter e frases retardadas em imagens sem nenhuma relação no Facebook. As pessoas começam a se estrangular, a cometerem suicídio, a roubarem gasolina sem nenhuma aparente razão, a lutarem por estoque de alimentos, e invadem usinas de materiais tóxicos e radioativos pensando que eram fábricas da Dolly.

 As forças militares de todo o mundo tentam em vão lutarem contra os dinossauros, que agora estão equipados com metralhadoras AR-15 sob seus braços, graças a explosão do LHC e a invasão das fábricas de radiação, que tomou conta de toma a atmosfera global. Os guerreiros romanos também ficam mais fortes e poderosos do que nunca, com braços de titânio e espadas e armaduras de ouro; e começam a aniquilar os dinossauros, mas como são guerreiros, começam a matar também as pessoas comuns, inclusive o exército, pensando que são todos inimigos. E claro, Julio Cesar aproveita pra dar mais uma rapidinha na Cleópatra.

 E enquanto isso acontece, Gordon Freeman luta para nos salvar, mas não sabemos se ele conseguiu porque o Episódio 3 ainda não foi lançado. Mas sabemos que ele tem pouco tempo, pois o buraco negro continua se expandindo, sugando tudo aos poucos, enquanto o G-Man aparece do nada pra ficar falando umas merda sem sentido pra ele. Mas provavelmente no fim os romanos ganham como sempre, conquistando tudo. E um super portal gigante se abre, ao mesmo tempo que o buraco negro o engole, criando um paradoxo temporal. Esse portal, mesmo assim, acaba enviando o planeta para o passado em um universo paralelo, onde lá o humano estará fadado a cometer os mesmos erros que sempre cometeu. Até que o mundo acabe. Mais uma vez.

29/09/2012

Conhecendo pessoas por dedução


 É importante conhecer pessoas, aumentar seu círculo social. Gosto e costumo fazer muito isso. Ás vezes, no entanto, nem chego a conhecê-la. Simplesmente deduzo qual seu nome, sua idade, o que gosta de fazer, qual sua opinião em relação ao aborto, e quando foi a última vez que deu uma cagada. Coisas do gênero. E acho que é mais prático assim. Quais seus traumas, quais seus objetivos na vida, se eu já a vi em algum outro lugar, se eu conheço alguém que conhece alguém que conhece ela.

E eu fico pensando quais são as particularidades de cada um. Numa fila de banco, por exemplo, ou em um ônibus, ou num restaurante. Sei que seria mais lógico perguntar, na provável hipótese da pessoa responder, ou se eu me tornasse amigo íntimo dela para saber. Mas não tomaria essa iniciativa só pra esse propósito.

Somos todos assim, todos temos nossas particularidades. Em São Paulo, em multidões, ás vezes eu fico divagando sobre essas pessoas. Como elas devem ser, individualmente, o que fazem quando estão sozinhas no quarto, ou o que pensam quando acordam, penso em algo inusitado que apenas ela possui, seja uma característica física ou pessoal. Também penso como devem ser coletivamente. O que têm em comum. E concluo que todas essas pessoas da multidão cagam. A maioria delas com frequência diária. Isso é muito perturbador pra mim. Um volume inacabável de detritos enchendo sem parar esse planeta. Como é que a Terra não virou uma total esfera fedorenta de gás fecal ainda?

Voltando ao tema. Adoro conhecer pessoas por dedução. Não faço isso sempre, é algo mais inconsciente. Passo por um desconhecido. Presumo que ele seja Eduardo, 43 anos, já matou um policial e hoje é cameraman de filmes pornôs. Um transeunte atravessa a rua, analiso-o e deduzo que joga Ragnarok, secretamente escuta One Direction e mija sentado. Na esquina, uma mulher. Priscila, 27 anos, fez faculdade de Administração. Não tem patrimônio pra administrar. Trabalha como secretária e espera um dia em poder pagar a sua tão sonhada cirurgia de mudança de sexo. Tem dois filhos adotivos. Um tem 13 anos, é ambientalista, vegan, petista, nacionalista e femininista. O outro tem 10, e não consegue decorar a tabuada do 2.

 Na fila da padaria, o que aguarda a sua vez na frente de mim se chama Murilo, tem um caroço no testículo esquerdo, sofre de hemorroida e já participou de uma orgia de drag queens. O que está atrás de mim na fila se chama Hugo, tem 25 anos, mora sozinho com seu ursinho de pelúcia imaginário e construiu um jardim nos fundos só pra plantar maconha. O padeiro se chama André, tem 40 anos. Foi pego pelos pais injetando heroína pelo reto e hoje faz serviços comunitários todo final de semana. Encontro com mais com um desconhecido. Pedro, 32 anos, gente finíssima. Já esfaqueou sua empregada enquanto brincava de Rambo, e sua namorada o abandonou após tê-lo flagrado se masturbando com os vegetais que ela havia comprado para fazer o jantar. Por fim, chego em casa, após conhecer inúmeros desconhecidos.

E assim vou conhecendo as pessoas. Na minha dedução. Faz bem pra imaginação. É um de meus devaneios. Além do clássico joguinho de não pisar nas linhas dos pisos.

11/08/2012

Diário de um misantropo em ascensão

5 de fevereiro

 Estou ansioso para amanhã! Começarão as aulas do último ano do ensino médio. Fiquei trancado em casa três meses seguidos, sem sair pra rua, sem me divertir e socializar. Parei de frequentar o psiquiatra, estou pronto pra recomeçar, tomando meus remédios. Estou animado pra conhecer amigos novos e reencontrar os antigos! Conversar, rir, zuar e aproveitar a vida, porque ela é curta!

6 de fevereiro

 Estou muito feliz em voltar a estudar e, principalmente, em ter conhecido muitas pessoas bacanas! Não entendo como eu podia ser anti-social. Bater um longo papo e iniciar novas amizades é maravilhoso. E além disso, vi uma garota linda da minha sala chamada Patrícia. Que formosura! Preciso falar com ela. Tinha me esquecido de como era bom ter uma VIDA quando ficava trancado em meu quarto durante todo aquele tempo.

2 de março

 
Me convidaram pra ir pra uma festa depois da aula. Fiquei meio receoso, mas fui mesmo assim. Apesar da galera fazer piadas muito idiotas o tempo todo. Prefiro não dar exemplos, porque elas são meio estúpidas. São bons amigos, mas o humor predominante deles me faz ficar cada vez mais ficar com predisposição pra câncer retal.

13 de março

 Falei com a Patrícia pela primeira vez. A terapia funcionou pelo jeito, e os remédios estão ajudando muito. Gostei dela, e aparentemente ela também gostou de mim. Já peguei o número de celular dela. Foi tão espontâneo, nem acredito que consegui.

27 de março

 Mal começaram as aulas e já to ficando meio cansado. Meus colegas tão me enchendo o saco já. Eles me divertem, mas falam MUITA merda, e gostam de me zuar sempre. A última vez encheram minha mochila de lixos que encontraram por aí e jogaram na lixeira do colégio. Que bosta, puta que pariu! Conversei com a Patrícia de novo, acho que estou apaixonado por ela. Que garota perfeita! Vou tentar fortalecer meu xaveco nela e chamá-la pra sair. Não entendo como existem assexuados "por opção" nesse mundo.

16 de abril

 Criei coragem e procurei a Patrícia pra chamá-la pra sair comigo, mas acho que ela está me evitando. Sinto que ela também gosta de mim. Sempre com indireta falando que eu sou o marido dela, que sou tudo pra ela. Estou no caminho certo. Acho que vou me declarar pra ela.

24 de maio

 Estou ficando de saco cheio daquele bando de filho da puta da minha escola. Pegaram a minha mochila e pintaram ela toda de corretivo por dentro, só porque apostamos uma partida de futebol, e o time que perdesse pagava lanche pro outro; e eu não tinha como fazer isso porque não tinha dinheiro. Tomar no meu caralho! E meus remédios acabaram. Que cu! Amanhã espero ficar normal.

8 de junho

 Se eu tivesse uma bola de cristal, veria facilmente toda aquela cambada de imbecis retardados do meu colégio varrendo os lixos das ruas com um uniforme laranja. Só falam merda, fazem piadas toscas, falam de assuntos triviais e bobocas o tempo inteiro, todos os dias. Só há atrasados mentais que mereciam ser decapitados com canivetes lá. Meus remédios acabaram novamente. Meus amigos também estão me dando os nervos. Suas piadinhas mentalmente débeis estão me enlouquecendo. E suas brincadeiras já estão me deixando paranoico.

13 de junho

 Oficialmente odeio todos daquele colégio. "Acéfalos", é como eu os chamo. Estou apaixonado pela Patrícia. Ela é a única razão pela qual eu ainda vou pra escola, além de claro, escolher os alvos pra minha futura chacina que desejo realizar naquele centro de mentalmente incapacitados. Quero me declarar pra ela, só não sei como. Sei que ela me ama também, ela sempre me trata como um irmão e sempre dou conselhos pra ela.

25 de junho

 
Última semana de aula antes das férias. E está sendo, de longe, a pior. Isso que hoje é só Segunda. Estou muito puto em ter conhecido aquele amontoado de desperdício de massa atômica, também denominados como "estudantes". Agora eu entendo porque era anti-social. Meus remédios acabaram no Sábado e não comprei mais até agora. Vou matar algum filho da puta daqui há pouco. Estou vendo preços de armas e pacotes de munição pela internet. Vou me declarar pra Patrícia amanhã.

26 de junho

 Na hora do intervalo, puxei a Patrícia pra um canto reservado e contei tudo o que sentia por ela. Descrevi do fundo do limbo todas as minhas emoções e sentimentos fortes que tinha cada vez que olhava, ouvia e pensava nela. Ela ficou emocionada, mas no final disse que só me via como amigo! "Amigo"! Puta que pariu, vai pro cacete! Ela era a minha única razão pra evitar assassinar as pessoas daquela escola. Agora não é mais. Me usou, me fez dela seu terapeuta particular, me deixou na zona da amizade. Vadia! Porra, é assim que termina? Continuo só amiguinho dela? Vou esquecer essa desgraçada.

29 de junho
 

 Estou ansioso pra amanhã. Primeiro dia de férias! Odeio todo mundo, essa raça de imbecis subdesenvolvidos e intelectualmente desprovidos. Só queria que a vida fosse bem curta pra eu não ter que aturar essa gente estúpida. Foda-se o psiquiatra, foda-se a Patrícia, foda-se os remédios. Fodam-se todos. Vão tomar no cu. Ficarei em casa as férias inteiras, trancado no meu quarto até morrer sufocado com meus próprios peidos. Detestar, odiar, matar e acabar com a vida, - minha e alheia - porque ela é uma bosta!

25/07/2012

14 organizações com nomes improváveis

01 - Centro de Igualdade Racial Klu Klux Klan
02 - Centro do Movimento Heterossexual David Brazil
03 - Instituto de Política Direitista Che Guevara
04 - Instituto da Supremacia Branca Barack Obama
05 - Centro de Liberdade de Expressão Fidel Castro
06 - Instituto Central dos Desconexos Minha Genitália Está Ardendo
07 - Instituto de Segurança e Bem-Estar Capão Redondo
08 - Escola de Humor José Simão
09 - Escola de Bons Modos e Linguagem Formal Gil Brother
10 - Comunidade Pelos Direitos Homossexuais Jair Bolsonaro
11 - Centro de Combate á Pedofilia Padre Evangelista Moisés de Figueiredo
12 - Escola de Guitarra Chimbinha
13 - Centro Educacional de Etiqueta em Faculdades Geisy Arruda
14 - Instituto dos Deficientes Mentais Girafa Azul Bebê

Bônus:
- Pé de Moleque Michael Jackson
- Banco Nacional Karl Marx
- Padaria Kid Bengada - O maior baguete da cidade
- Escola de Idiomas Joel Santana - Your futuro is here, in the middle from behind
- Escola dos Campeões Rubens Barrichello
- Escola de Rimas Para Comerciais De Medicamentos

Elaborado em colaboração com Wesley Martins.

16/06/2012

Pequenos incidentes gastrointestinais #3

As melhores histórias da qual eu protagonizei envolvem em sua maioria momentos inoportunos para LIBERAÇÕES FECAIS CATASTRÓFICAS.

 A mais recente aconteceu há alguns dias. Sentado no computador, começo a sentir uma borbulhação incômoda na barriga, e já sabia que estava prestes a entrar em combustão defecatória. Obviamente decido liberar pequenas doses de metano intestinal, como se estivesse abrindo e fechando rapidamente uma tampa de Coca-Cola cheia de gás. Só pra aliviar e sentir a minha barriga murchando levemente como um doce e harmônico esvazio de uma bexiga.

 Nada mais previsível: uma pequena porção de pasta fecal escapa do meu esfincter. Sobe a marola de podre, concluo: estou defecado. Me dirijo ao toalete pra expurgar tudo de uma vez e aproveitar pra já jogar a cueca no balde, já que só tinha sido um pouco mesmo

 Tudo bem até aí. O único porém é que a densidade do bolo merdístico estava tão AGUADO que ultrapassou a minha cueca e sujou a calça de bosta também. Então o jeito era colocar a calça pra lavar, ficando só de camisa. Só que como eu estava na parte de cima da casa e só dava pra tomar banho no banheiro lá de baixo, eu precisava passar por toda a minha família, que estava em casa.

 Sem cueca, sem calça, e sem nem ao menos uma toalha pra proteger as partes íntimas pra ir tranquilamente até o banheiro que dava pra tomar banho. O que fazer? Enquanto eu tramava um plano lá em cima pra descer, meu pai sobe pra falar comigo, e eu saio pro banheiro e quase ele me pega só de camisa e com a bingola ao ar livre. Imagine o desespero ao ouvir os passos de alguém indo em sua direção quando você está de camiseta, em uma saia justa. Só que sem saia.

 Única solução: coloco a calça melada de merda encostando nas minhas nádegas - e estando frio no dia em questão - e me encaminho ao banho torcendo pra ninguém avistasse nos meus glúteos aquela freada deliciosa cor marrom-claro. Entro no banheiro com aquele passo característico de gente que está cagada, mas que tenta disfarçar. Tomo banho, volto para o computador, sento e percebo que a cadeira ainda está com odores de fezes. Lindo.

08/06/2012

A história de Jack Johnny

 A história de hoje é sobre Jack Johnny. Um cara que era conhecido por sua idolatria pelo automobilismo e, principalmente, por características excêntricas de sua personalidade. E uma dessas peculiares não-convencionalidades eram seus três desejos. Suas três maiores metas, sonhos de vida. E ele as contava para todos os seus amigos e pessoas novas que conhecia, sem nenhuma cerimônia.

 O primeiro desses sonhos de Jack era conseguir manejar um veículo em uma avenida qualquer. Aparentemente normal, exceto de que ele deveria estar posicionado no assento de ponta cabeça. Provavelmente também estar recebendo um oral de duas negras coreanas albinas com pentagramas invertidos pintados na testa, mas Jack não pensou sobre isso. O narrador é que está inventando essa idiotice.

 O segundo desses objetivos extravagantes era sofrer um acidente de carro. Não podia ser doméstico ou de trabalho. Tinha que envolver veículos e, opcionalmente, feridas expostas e membros decepados. Nenhum que pertencesse á ele, obviamente. Ele não poderia se ferir de modo fatal, apenas fazer parte do mesmo. Psicologicamente, era algo que o perseguia desde criança e que estava diretamente conectado ao seu fascínio automobilístico.

 O terceiro e último esdrúxulo desejo, assim como o único que não era ligado à sua veneração por motores em quatro rodas, era também o seu desejo principal. Como todo desejo de um homem hétero viril, - de modo que era Jack Johnny - ele queria - á grosso modo - ter seu pau arrastando no chão.

 E em um certo dia, pôs-se a botar seu primeiro sonho em prática. Jack Johnny cuidadosamente se posicionou de ponta cabeça no seu veículo, e dirigiu excepcionalmente pelas avenidas e ruas da cidade. E o primeiro sonho de Jack se realizou.  Exceto de que não era bem do jeito que ele pretendia. Pois enquanto trafegava rapidamente, com a cabeça virada para o núcleo do planeta Terra, desafiando as leis da gravidade para manter seu tronco suspenso no ar e virado para o cosmos, ele se acidentou. Pancada violenta, com outro carro envolvido. E assim como queria Jack, o acidente envolveu membros fraturados e cortes. E o seu segundo objetivo foi alcançado com êxito.  Exceto de que não era bem do jeito que ele pretendia. Os membros fraturados eram de Jack, e não de outra pessoa.

 As pernas de Jack ficaram presas na ferragem, e por conta do grave acontecido, suas pernas ficaram sem circulação e oxigenação por muito tempo até que o resgate dera conta de desprendê-lo de lá. Por conta disso - além do fato da perna ter sido totalmente destruída pelo impacto - Jack Johnny teve que ter seus membros inferiores totalmente amputados. E cadenciado pelos desejos anteriores, sua terceira e maior meta foi cumprida. Com as pernas amputadas, ele finalmente estava com o pau arrastando no chão. Exceto de que não era bem do jeito que ele pretendia.

 Moral da história: Jack Johnny andava idolatrando muito o automobilismo. Hoje, somente idolatra muito o automobilismo.

He's coming for you. Smile for The Operatr

11/04/2012

Irmãos de sangue

 Hugo e Kelvin não eram somente amigos. Eram irmãos. E assim que eram conhecidos nas festas, da qual eles mesmos se nomeavam: "Irmãos de sangue". E um morreria pelo outro.

 Não eram só amigos. Eram mais do que brothers de longa data. Eram gêmeos fertilizados em úteros diferentes. Um iluminava a outra parte obscura do rosto do outro. Um preenchia a fraqueza do outro. Um fortalecia o que o outro já tinha de forte. Um iluminava no outro o que já estava bem iluminado. Cada um cortaria seu dedo para oficializar o nome "Irmãos de sangue". E um faleceria pelo outro.

 E ao mesmo tempo que se assimilavam em tantos aspectos, também se contrastavam de forma incrível. Se diferenciavam bastante. Principalmente, por terem sexualidades diferentes. Porque Kelvin era homossexual. Mas ainda sim, um morreria pelo outro. Um doaria sua alma e pereceria pelo outro.

 E todos sabiam que isso era verdade. Um brigaria, lutaria, competiria por sua própria pele para salvar a do outro. Porque, afinal, eram irmãos. Irmãos de sangue.

 Tanto que houve uma certa ocasião - há anos trás - quando naquela noite, os irmãos de sangue voltavam, juntos, abraçados como bons irmãos e afetuosos amigos que compartilham entre si a mais pura e saudável artéria de amizade. Desciam a avenida, na penumbra da madrugada. Levemente bêbados, sorridentes, riam conversando banalidades, seguiam rumo aos seus lares após longas diversões naquela noite.

 Alguns metros há frente, se aproximava uma figura misteriosa, ocultada pela sombra daquela noite. A cada segundo era mais certo de que as rotas se cruzariam. Os passos da figura se tornam mais rápidos, em direção a eles. Inicialmente os irmãos de sangue não se importaram, até que a figura misteriosa se chocou contra ambos. Violentamente, o ser, relevando-se um crioulo de porte físico médio, medindo pouco menos de dois metros, induvidosamente puxou seu revólver. Analisando os dois abraçados, caminhando sós pouco antes da alvorada, concluiu que fossem um casal gay.

 Pasmos, Hugo e Kelvin não tinham escolhas. Ou era estupro de um ou a vida de ambos. Naquela noite, Kelvin cedeu-se a ser violentado sexualmente pelo negro para salvar a pele dele e de seu irmão de sangue. Em troca de um pouco de satisfação sexual, provavelmente. E assim foi. Porque, afinal, eram irmãos. Irmãos de sangue. E um morreria pelo outro. E naquela noite, nada foi diferente.

 Tal fato foi traumatizante o suficiente para ambos apagarem este capítulo das páginas de suas memórias. Lavada as lembranças deste fato, Hugo e Kelvin ainda detinham um forte laço de irmandade, que teve o ápice de sua ascensão durante uma festa. Como uma grande fortaleza, queriam de uma vez oficializar a irmandade entre os dois. E entre todos os presentes, cortaram a ponta de seus dedos e encostaram o sangramento dos furos um no outro. E se tornaram, legitimamente e oficialmente, "irmãos de sangue".

 Pena que, infelizmente, naquela noite, Kelvin contraiu AIDS. Portanto, Hugo não morreria mais por ele, e sim por causa dele. Porque afinal, eram irmãos de sangue.

08/04/2012

O homem perfeito

 Glauco queria ser o homem perfeito. Perfeito em todos os sentidos. Intelectualmente, espiritualmente, cognitivamente, esteticamente, e até mesmo emocionalmente. E ele se dedicava muito pra tal.

 Todas as manhãs ele acordava ás oito horas em ponto, deliciava-se com um belo café da manhã equilibrado, caminhava no parque enquanto escutava músicas eruditas no fone de ouvido, subia a serra mais alta daquela área verde e lia. Pegava seu livro e se entretinha durante horas, recostado e seguro sob a silhueta de uma árvore qualquer. Aproximadamente as onze horas e meia seguia rumo á academia. Malhava e se exercitava incansavelmente. Não tinha pretensões de ficar muito musculoso, embora se preocupasse com a estética. A saúde era primária. Por fim, Glauco ia até seu terapeuta. Trabalhava sua capacidade de comunicação, e, principalmente, suas faculdades emocionais e psicológicas, afim de sentir bem consigo mesmo. Afinal, ele queria ser perfeito. Não fazia isso por ninguém. Fazia como evolução de si mesmo, e pra si mesmo. Seus desejos não seriam parados ou pausados por nada e ninguém.

O pessimismo alheio não iria atrapalhar seu maior objetivo. Sua meta primária não podia ser interrompida. E realmente Glauco estava cumprindo tudo isso muito satisfatoriamente bem. Exceto de que havia uma pequena barreira. Não apenas uma, milhares delas. Ele já se dedicara há muito tempo, mas não conseguira resultados extasiantes até então. Estava ocorrendo justamente o contrário. Ele estava retrocedendo, ficando cada vez menos imperfeito a cada dia.

 Encontrava-se numa encruzilhada, em um beco sem saída, um círculo incompleto. Seu psicológico, seu cognitivo, intelecto e espírito o impediam. Porque ele era inseguro, com baixa auto-estima e complexo de inferioridade. Não conseguia se tornar o homem perfeito sem conseguir passar por cima disso. E não conseguia passar por cima disso pelo seu atrapalhado funcionamento cognitivo que o impedia de falar, se expressar e relatar linearmente seus pensamentos para o terapeuta. E não conseguia se expressar porque não tinha controle sobre suas emoções e sentimentos. E não tinha controle sobre suas emoções e sentimentos porque era espiritualmente desequilibrado. E era espiritualmente desequilibrado porque era inseguro, com baixa auto-estima e complexo de inferioridade.

 E embora ele tenha procurado suporte profissional - e embora também fosse psicologicamente perturbado - era orgulhoso e pessimista demais para mudar. Embora, novamente, se dedicasse para se tornar um homem perfeito. Mas não iria conseguir. E nunca conseguiria, e nunca conseguiu. Tudo porque Glauco era um perfeito bosta.

21/02/2012

Diálogos Confusos

- E aí, cara, não ficou sabendo?
- Não.
- O quê?
- O que o quê?
- O que você não ficou sabendo?
- Não sei. O que eu não fiquei sabendo?
- Mas como você não sabe o que não é se você não ficou sabendo?
- Como eu vou saber o que eu não fiquei sabendo se eu não sei o que é?
- É exatamente isso que eu to falando!
- Mas se eu não sei o que eu não fiquei sabendo, como eu vou saber de algo que eu não estou sabendo?
- Então você não ficou sabendo?
- Não!
- Não o quê?
- Não o que de quê?!
- Você não ficou sabendo o que não ficou sabendo?
- Não.
- Se não ficou sabendo como sabe o que não ficou sabendo?
- Eu não sei o que é, porque não fiquei sabendo do que não fiquei sabendo!
- Então não ficou sabendo?
- OK, sim. Fiquei sabendo.
- O quê?
- O que o quê?
- O que você ficou sabendo?
- Mas o que você quer dizer?
- Quero dizer que se você ficou sabendo de algo então sabe o que ficou sabendo, não é?
- Sim. Você não sabe?
- Sei sim.
- Então por que quer saber algo que eu fiquei sabendo e sei o que fiquei sabendo?
- Porque eu quero saber a sua opinião.
- A minha opinião é que eu sei o que é que eu fiquei sabendo portanto sim, fiquei sabendo do que fiquei sabendo e sei o que fiquei sabendo, ao contrário de você, que provavelmente não ficou sabendo o que não ficou sabendo, mas finge que ficou sabendo mas não sabe o que não ficou ou ficou não sabendo, portanto está tentando me confundir, quando na verdade você não sabe o que não é que não ficou sabendo, porque não ficou sabendo.

Não tenho um desfecho pra esse diálogo, portanto gostaria de finalizar esse post com essa imagem:


17/02/2012

Não gosto de cagar

 Uma triste e real constatação. De fato, não sou adepto do ato caguístico. Desprezo a ação defecatória. Em outras palavras: eu não gosto de cagar.

 Primeiro que eu sou tão procrastinador que procrastino a liberação estercal. Vou porque sou obrigado, e nem isso ás vezes. Só vou quando minha gravidez fecal já atingiu o ápice e a elasticidade da minha pele já está no limite, e quando não consigo mais andar com a postura ereta por causa do peso da bosta habitante de meus caminhos intestinais, parecendo que eu tenho hernia. Meu intestino tá gritando, os soldados estão preparando o projétil para ser catapultado, e eu continuo lá.

 Segundo que cagar é um desperdício imenso. Não importa o que você coma. Pode ser um churrasco grego bem temperado, uma torta de limão, um cheddar, um sanduíche de fast food com três hambúrgueres, queijo, bacon e alface ou um simples feijão com arroz. Você sempre caga. E com a mesma cor, com o mesmo cheiro. Pra mim isso é uma grande falha na evolução biológica. 

 É estranho se parar pra pensar que, durante milhões de anos, o humano evoluiu, descobriu o fogo, inventou a roda; mas de alguma forma, a evolução não incluiu que ele não precisasse mais evacuar.

 Eu sou a favor de mais uma vez a vida imitar a arte e os humanos passarem a ser iguais á serpente dos jogos dos celulares antigos da Nokia. Aquele jogo onde você controlava uma cobra e a medida que a serpente comia um objeto ela crescia mais. E nunca cagava nada. Só continuava em constante crescimento. Isso deveria ser igual com os seres humanos. Deveríamos comer, e a medida que comemos, termos a opção da dar upgrade no nosso corpo, tipo adicionar um novo braço ou aumentar a capacidade cognitiva, sei lá. Sem nenhuma necessidade de defecação.

 Sou contra cagar. Realizo a ação defecatística a cada 3, 4 dias, chegando a uma vez por semana. Quando não quero seguir as vontades dos movimentos peristálticos do meus intestinos impulsionando as fezes para a liberdade, me seguro. Mas ás vezes a força da criatura é muito potente e você não pode controlar o impacto, então eu desenvolvi uma técnica ninja de como evitar que seu orifício abra intencionalmente e vaze esterco até a sua panturrilha depois daqueles quatro pedaços de pizza da noite passada.

Resultado depois de quatro dias sem ir ao banheiro. Imagem meramente ilustrativa.

 Essa técnica é muito simples e não necessita de esforço. Eu a chamo de "técnica anti-evacuação bostal". Ela se baseia em você sentar-se em cima do seu calcanhar. Apenas em um deles. E quando eu digo "sentar em cima do calcanhar", me refiro a sentar com suas nádegas em cima dele pressionando-as, impedindo a passagem da merda. Claro que se a mesma for muito líquida não adiantará de nada. Para realizar tal ato você deve estar vestido, obviamente. E com cueca, também. Porque sem cueca, caso ocorra de acabar saindo um vestígio de pasta fecal, não será nada agradável.

 Essa técnica requer uma concentração forte de chakra na área da pélvis. No entanto, assim que você conseguir segurar pela primeira vez a saída do bolo merdístico resultante de uma metaformose digestiva, as outras serão igualmente fáceis e você conseguirá dominar com sagacidade a saída de estrume e continuar procrastinando. Ou mesmo se você quiser fazer um teste e ficar o máximo de dias possíveis sem esbarrigar só pra sentir a emoção de liberar toda aquela bosta petrificada e constipada dentro da sua região intestinal. Salientando que esta técnica não é perfeitamente eficiente, e você tem que contrair o esfíncter, caso contrário será menos ainda. E pode resultar em desastre caso a força do jato da bosta seja muito grande.

 No entanto vale a pena. Coma muito, não cague, tome muita água e prepara-se para depois de três ou quatro dias, sentar no trono dos deuses, elevar seu espírito, pintar epicamente a porcelana e aproveitar o seu nirvana intestinal.

10/02/2012

21 coisas para te fazer o maioral da escola

 As aulas começaram recentemente, e você não têm amigos? Você não consegue se enturmar ou conversar com ninguém? Fica isolado o dia inteiro no canto da sala olhando pra parede e evitando contanto olho-a-olho com as pessoas? As pessoas acham que você é doente mental e ficam com medo de você?

Pois reverta isso!

 Pensando na sua situação, aqui vai algumas dicas de como te fazer o maioral e o mais popular estudante da sua escola, e fazer com que todas as garotas realizem o ato sugatório do seu rígido membro.

1 - Finja que você é a Ravena dos Jovens Titãs.
2 - Abaixe a toca até a altura dos olhos, - ao estilo Assassin's Creed - de modo que você não consiga enxergar a sua frente e ande de cabeça baixa.
3 - Fale sempre com as pessoas com voz baixa, grossa e sem nenhuma expressão.
4 - Esporadicamente sente-se em posição de meditação e comece a balbuciar palavras sem nexo e diga que está canalizando os espíritos demoníacos do recinto.
5 - Leve 1 livro de satanismo ou de ocultismo e o leia em voz alta, e depois finja uma pequena possessão demoníaca.
6 - Durante uma aula silenciosa em que todos estiverem fazendo suas devidas lições, levante-se, dê uma caminhada ao redor da sala e sente-se novamente. Faça isso á cada 5 minutos. Se alguém perguntar, não responda nada.
7 - Jogue sal grosso ao seu redor para impedir que os demônios te possuam. Ou faça isso com giz.
8 - Coloque músicas de black metal ou brutal death metal no seu aparelho celular e coloque pra tocar no volume máximo durante a aula e comece a bater cabeça enquanto faz chifres com as mãos e grita "UUUUUUUHHHHH" com a voz grave.
9 - Peça para o professor fechar a porta e não abri-la por mais tempo possível porque eles estão lá fora.
10 - Quando for ao banheiro comece a dar risadas de alívio e grite "Finalmente! Libertei o encosto dentro de mim!"
11 - Traga objetos estranhos na sua mochila, como: martelo, furadeira, monitor de PC, toalha de banho, etc.
12 - Traga um pano de prato, pão de forma e mortadela e faça um lanche no meio da aula.
13 - Quando o professor fizer a chamada e chegar a sua vez, responda "Estou presente, mas não presente quanto os espíritos obscuras do submundo que habitam este estabelecimento e que sugará as nossas almas no dia do julgamento final". Obviamente diga isso com a sua toca até os olhos e com a voz indiferente.
14 - Desenhe 5 pentagramas no braço e use corpse paint.
15 - Gaste o seu dinheiro na cantina comprando sanduíches, ofereça as pessoas e ao elas aceitarem, esmague o lanche com a mão e com uma expressão diabólica na face, jogue no chão e pise. Saia sem dizer nada.
16 - Espere o professor na porta da sala, com uma tesoura nas mãos em posição de ataque. Quando ele chegar, diga "estávamos a sua espera" com um olhar penetrante e uma voz rouca.
17 - Nas provas de matemática, leve calculadora com aquele barulhinho e faça contas de 5 em 5 seg. E depois do resultado grite "Eu já sabia!".
18 - Vá até o refeitório, pegue comida com as merendeiras e jogue no lixo em seguida. Volte dizendo que estava horrível.
19 - Periodicamente comece a girar em volta de si mesmo e diga que encarnou o espírito da Pomba Gira.
20 - Corte o dedo com uma tesoura, pegue um papel e escreva Lúcifer com o sangue.
21 - Vá até a biblioteca e pergunte ao responsável se eles têm livros de satanismo ou que ensinam a matar pessoas.

 Aí está. Ponha essas dicas em práticas que seu ciclo de amizades no colégio irá aumentar gradualmente e você será visto como uma ótima pessoa. Ou como um perturbado.

03/02/2012

5 coisas para se fazer em um psicólogo


 Olá, jovem camundongo que lê este mundialmente desconhecido blog de textos cujo autor pensa que são engraçados. Como vai? Espero que esteja bem, porque ninguém visita esse blog - portanto, não estou falando com ninguém, o que é muito esquizofrênico. Nunca faço apresentações ou introduções nos meus posts, portanto acho válido fazer aqui, não sei por quê, apenas acho.

 É perfeitamente compreensível a necessidade de certas pessoas acharem que precisam de ajuda profissional e psicológica, seja por quê eles perderam o emprego após terem entupido a privada do banheiro do chefe - porque o toalete para os funcionários estava sendo lavado - e não sabiam que iriam despejar bolas fecais tão densas ao realizar o ato defecatório que não conseguiram ser engolidas pelo cano; ou porque estavam entrando em depressão após terem sido traídas pelo namorado. E digo namorado, porque homem não vai ao psicólogo. Ele simplesmente resolve seus problemas bebendo. E mulheres que vão ao psicólogo, não têm amigas. Ou têm e não conseguem resolver os problemas com o marido. Enfim... com essas difíceis situações emocionais ou mentais, essas pessoas se encaminharem à uma clínica psicológica.

 Porém se você quer ir ao psicólogo e não sabe o que falar, como se comportar e como se expressar - ou se você não quer ir e foi obrigado por seus pais porque pensam que você tem algum distúrbio mental apenas por ter "depilado" o cabelo com gilete - apresento-lhes abaixo um guia completo (acompanhado por uma linha do tempo) do que dizer para seu psicólogo. Principalmente se você está cansado de ir para o psicólogo, ou quer ir somente porque para matar a sua alma de tanto rir por dentro ao dizer as mentiras para ele.

1# Amigo Imaginário

 Assim que você adentrar o estabelecimento da clínica psiquiátrica, é perfeitamente aconselhável e adequado que você aparente possuir todos os problemas já descobertos pela medicina moderna e psicológica, entre tiques, andar estranho, olhar arregalado e torto, pouco de esquizofrenia... Enfim, tudo o que possa entrar nos quadros de problemas mentais, físicos, sociais, químicos (foi uma piada)...

O que fazer: ao entrar na sala do psicólogo, peça um lugar a mais para seu amigo imaginário sentar. Se inspire no desenho animado A Mansão Foster para Amigos Imaginários e dê um nome e forma a ele (por exemplo, um picolé capoeirista de abacaxi ao vinho que se chama Amalêo).

 Ocasionalmente fale sozinho e diga que está conversando com seu amigo imaginário. Se o psicólogo perguntar o motivo de você ter um amigo imaginário seja hostil, aponte o dedo na cara dele e diga "A minha vida íntima não é de seu interesse!". A toda pergunta que ele fizer responda "Bom, isso é uma questão que nós três devemos discutir. O que você acha, Amalêo?"

2# Depressão

 Esse terrível estado psicológico pode ser muitas vezes ser tratado como uma doença psíquica do sujeito. Uma das maiores causas das pessoas consultarem psicólogos é a depressão. De fato, é o primeira e maior fator para elas consultarem um. E o segundo são as pessoas que pensam que estão em depressão só porque papai e mamãe desistiram de pagar a faculdade.

 O que fazer: Naturalmente o psicólogo vai te perguntar os motivos para você estar o consultando. Você tem opções. Diga que entrou em depressão depois que tentou comer a cadela da vizinha e ela mordeu seus testículos. Ou foi pego se masturbando assistindo um episódio de iCarly. Ou de Lazy Town. Os contextos são variáveis. E que por longas noites você caminhava de madrugada pela rua escutando Black Metal.

conte mais (ñ q eu me importe com vc to ganhando por hora msm rs)

3# Dupla Personalidade

 Essa tão trágica condição mental do indivíduo pode ser uma das suas principais armas para avacalhar a sua consulta com o profissional - que está do outro lado da sala provavelmente concluindo que você é um maníaco-sociopata-satânico após a prática dos dois primeiros itens. Fingir ter dupla personalidade lhe requer uma atuação especial de Jim Carrey como em seu filme "Eu, Eu Mesmo & Irene". Por isso, use deste artifício com cautela, caso contrário, o psicólogo poderá facilmente perceber que tudo não passa de encenação... e se ele descobrir que você está fingindo, não se importe, o importante é sair de lá relembrando tudo o que você fez e começar a rir sozinho quando você estiver voltando pra casa no ônibus.

 O que fazer: Conforme o psicólogo vá te perguntando coisas, responda a sua opinião ou o que você acha. Chacoalhe a cabeça simulando a mudança de sua personalidade e responda a mesma pergunta novamente com outra opinião, totalmente contrária. Escolher características de sua falsa segunda personalidade são opcionais (por exemplo: seu segundo "eu" pode ser agressivo, sociopata, com problemas mentais, etc).

 Mais tarde, dê a entender que você tem dupla personalidade. Feito isso, xingue o psicologo e diga que foi ele. Dê um tapa em si mesmo e diga que não foi você. Comece a se desentender com você e comece a brigar com você mesmo, te dando socos, se enforcando e se batendo pelas paredes. Perca a luta, fique revoltado e comece brigar com seu amigo imaginário.

4# Suicídio

 Uma das maravilhas da psicologia, dos profissionais do ramo e das clínicas psiquiátricas, é o objetivo em que elas se empenha, que é tentar ao máximo o paciente a ajudar a combater a depressão e, consequentemente, tentativas de suicídio, para que sigam suas vidas e voltem a ser felizes e motivadas nos seus objetivos pessoais.

 O que fazer: Após ter revelado, como posto em prática o que fazer no item 2, naturalmente você dirá que tentou se suicidar. Das mais insanas formas possíveis. Diga que tentou se suicidar com uma flechada no olho, mas não conseguia apontar o arco-e-flecha pra si mesmo. Tentou usar um bumerangue, mas ele foi longe demais e acabou entrando e quebrando a janela do vizinho. Ou que tentou se afogou em um copo de plástico cheio de água. A sua criatividade é essencial.

5# Esquizofrenia

 Essa é o item mais essencial de todos e que não pode deixar de lado. Se após ter colocado em prática os quatro itens anteriores e fazer o psicólogo pensar que você é um potencial sociopata serial killer satânico, neste ele terá certeza. Esquizofrenia pode ser usada para um monte de propósitos. Aqui ela não será usada somente para te aparentar ser um doente, mas sim como um sujeito demoníaco possuído por forças do submundo serviçais da obscuridade do inferno e dos planos maléficos de lúcifre. E que ouve vozes.

 O que fazer: Você pode ter vários artifícios e referências para usar aqui. Cabe tudo á você. No entanto, ocasionalmente interrompa o psicólogo por várias consultas e repita esse diálogo várias vezes: ""Ei, está ouvindo isso ?" "Isso o quê ?" "Nada não, já passou..."". Ou de 10 em 10 minutos grite no chão falando "as vozes de novo" com as mãos no ouvido, fingindo estar em um mundo infernal paralelo, como em Silent Hill.

 Pergunte "Você sentiu isso?" com frequência e depois se agache para baixo ou atrás de algum lugar seguro, pergunte se a porta está trancada, pois 'ele' está perto. Se o psicólogo perguntar quem é ele, responda "Aquele que nos torturará nas chamas". Ou que é o Slenderman. Eventualmente, fale que Deus não existe, finja uma breve possessão demoníaca, e no final, troque de personalidade, xingue o psicólogo novamente dizendo que foi seu amigo imaginário e que tentará se suicidar novamente assim que voltar pra casa, e que nunca mais voltará ali pois a clínica está cheia de almas perturbadas e que o estabelecimento precisa ser queimado.

 Ao voltar pra casa depois do psicólogo, você ainda pode dizer a sua família que eles são os responsáveis por todos os seus problemas e que devem ser eliminados. Mentira, não faça isso. E nem nada do que eu escrevi nesse post.


 Esse texto foi feito com a colaboração dos tetudos do VT do Uol Jogos.

17/01/2012

O primeiro abraço que dei numa privada


Nosso primeiro porre. Inesquecível, né? O meu também espero que nunca o esqueça, pois é algo que eu espero que não se repita. Pelo o menos não com muita frequência... não sou muito fã do estilo Charlie Harper da vida. Exceto pela parte das mulheres e dinheiro.

 Meu primeiro porre foi há pouco mais de duas semanas. Ou seja, é isso mesmo. Meu primeiro porre foi no réveillon, na virada de ano pra 2012. Comecei o ano dignamente: com muitas 2000 e doses. Tá, essa foi ruim.

 Porém lá estava eu, sentado à mesa do computador, escolhendo criteriosamente as músicas da playlist que iria tocar durante a noite inteira. Como todos da minha família são exímios headbangers, obviamente coloquei somente rock e heavy metal, desde músicas mais melódicas até vocais guturais e baterias com pedal duplo. Como passaríamos o réveillon em família e com amigos do meu irmão, igualmente honráveis adoradores do metal, o que não faltaria na festa era cabelos longos. E as músicas pesadas foram um fator determinante para o meu primeiro porre. Explicarei o por quê mais abaixo.

 Lá estávamos nós, comendo churrasco, aproveitando as delícias assadas na churrasqueira envelhecida pela oxidação e meu pai a cargo de ser o churrasqueiro, como já é de praxe. Os amigos metalheads do meu irmão já estavam todos lá, juntamente com meu primo, mãe, pai, tios e alguma música aleatória do Testament rolando ao fundo. Sutilmente eu já estava bebendo, e quando menos notei, já estava na minha terceira latinha de Budweiser. Estava levemente estonteado.

 A essa altura, eu já me encontrava bebendo uma lata de Skol depois de quatro latas de Budweiser. E isso que eu estava evitando as demais bebidas alcoólicas que estavam inclusas na festa, das quais eram uísque, batidas, energéticos e um líquido azul misterioso que batizamos carinhosamente de Sangue De Smurf. E enquanto eu bebia, filmava os amigos do meu irmão - e o próprio - jogando Drinking Game. Mas isso não é só. Era um Drinking Game com memes da internet. Mais especificamente esses rostos idiotas que aparecem em milhares de tirinhas em milhares de blogs pela interwebz. Ou seja: o objetivo do jogo era chegar ao final das casas jogando o dado e bebendo doses de uísque - e conforme determinado pela casa em que o jogador cai - ou qualquer bebida de conveniência de todos os jogadores. E de preferência sem vomitar em cima de todo mundo.

era exatamente isso aí
 Sim. Praticamente todos estavam jogando. Eu, como já disse, estava somente a filmar. Mas um pontapé no destino me obrigou á ir ao banheiro despejar os efeitos do álcool na privada. Sim. Não, não fui vomitar. Fui urinar duas, três vezes... e enquanto realizava o ato mijatório deixara nas mãos de alguém que estava do meu lado cuidando dos dotes da filmagem daquela bagunça toda. No entanto, após a terceira vez em que eu fui mijar, não filmei mais e deixei alguém que não consigo lembrar a cargo da gravação daquela gritaria e bebidas.

 Conforme eles iam jogando, iam parando. Nenhum deles passara mal exceto eu. Mas naquele momento eu ainda estava sano e meus neurônios ainda estavam em funcionamento, porém prestes a entrar em colapso devido ao consumo excessivo de uma substância da qual meu organismo estava apenas conhecendo e queria que fosse eliminado. Ou seja, o álcool.

 Porém aquela altura em que todos já tinham feito uma pausa no jogo, ainda não tinha dado meia-noite. Ou tinha... ou eles pararam porque era novo ano. Enfim, não me lembro. A questão é: fizemos uma pausa durante o ano novo. E como eu disse, minha família toda é constituída por rockeiros e metaleiros meia-meia-meia, portanto, estávamos agradecidos que estava chovendo aquela noite. Pois com chuva, não haveria baile funk ao céu aberto como ocorre com frequência perto de onde moramos. Já que infelizmente moramos em um lugar cujo não merecíamos estar: rodeados de gentalha. E ironicamente, enquanto eu estava em estado vegetativo-alcoólico, os amigos do meu irmão foram dançar funk na esquina. Sim. A chuva havia cessado, eles não perderam a oportunidade. Ligaram o som e o batidão do funk carioca, e eles foram lá, ser esfregados pelas garotas que usam mini-saias como vestimenta principal no dia-a-dia.

 Portanto, antes disso, voltamos ao jogo Drinking Game. Não sei como todos eles aguentaram beber tanto. Entretanto, eles fizeram uma breve 2ª rodada, e continuaram a filmar. Só que quem estava filmando não era vós que escreve. Eu estava sentado entre dois jogadores, acompanhando de camarote toda a jogatina e, ágil como um rato, eu pegara um copo inutilizado e estava experimentando todas as bebidas disponíveis. Batida de maracujá, de limão... além do energético e o uísque. Só não tive coragem de beber o tal Sangue de Smurf, pois ninguém o havia bebido também. Sutilmente eu experimentava cada uma daquelas opções ali presentes, em cima da mesa. A minha humilde mente ilógica não parou para raciocinar o fato de que eu misturar distintas bebidas alcoólicas em um período de duas ou três horas dizimaria o funcionamento do meu impecável fígado e rins. Todavia naquele instante eu ainda estava parcialmente sano, pois me lembro o que aconteceu - afinal, se eu não lembrasse não teria como relatar isso tudo aqui. E foi aí que meu organismo entrou em alerta. O colapso estava iniciado. Agilidoso como o melhor anti-vírus atualmente disponível no mercado, meu cérebro rapidamente enviou mensagens para todo o corpo: "precisamos colocar essa merda toda pra fora!"

 Mas não foi imediato. Após tomar todas essas bebidas, eu ainda me levantei e continuei tomando copos de energético.

 Duas horas depois, às três horas do primeiro dia de 2012 aproximadamente, acordei deitado em minha cama, sem camisa. Primeira coisa que fiz foi imediatamente me perguntar em que planeta eu estava, colocar uma camisa nova e comer algo pra recompor meu pobre e danificado fígado. Peguei uma garrafa d'água, um pacote de bolacha Plugados de limão, e voltei ao local da festa. Alguns já haviam ido embora, outros continuavam lá. E meu pai, obviamente, continuava na churrasqueira.

 O que me lembro durante o meu total estado embriagado: que a cada gole em alguma bebida etílica que eu dava o namorado de minha prima ria incansavelmente de mim. E eu igualmente dava gargalhadas. Não lembro quando eles chegaram. Á essa altura eu sei que já estava fora de mim, não sei nem se falava sem abrir minhas traqueias para a entrada de oxigênio. Porém estava no ritmo das músicas que tocavam durante as primeiras horas do ano. E após isso, só me lembro de acordar, deitado no chão do banheiro, com a pia cheia de vômito e a torneira aberta. E apaguei novamente. Sim, vomitei na PIA. E segundo relatos, eu entupi a pia, e ainda por cima abri a torneira, e caí no chão, e assim, alaguei a cozinha praticamente inteira enquanto o resto dos presentes continuava jogando Drinking Game dos memes, até notarem a água espalhada pelo piso e circulando entre seus tênis. E acordei duas horas depois.

 Ainda estava bêbado, porém mais sano. Porém lembro que eu ainda estava embrigado o suficiente para fazer um moonwalk na cozinha, fingir que eu sabia tocar guitarra e falar ininterruptamente que eu gostava de torrone. Achei estranho o fato de eu me recuperar - não totalmente, mas ainda sim não estar mais totalmente bêbado - em apenas duas horas, e não ter dormido durante três dias seguidos. E ainda por cima ficar sem dor de cabeça. Todavia o pior ainda estava por vir.

 Desde que eu acordei depois de breves duas horas em coma, não consegui dormir. Fiquei até aproximadamente oito horas da manhã acordado, e acordei aproximadamente meia hora depois. E estava bem pior. Enjoado, me dirigi ao banheiro mais longe possível para gorfar. Ou esgurmitar. Em outras palavras, pra vomitar. Entrei no banheiro. E realizei todo aquele ato constrangedor e que só esperamos nunca mais passar por aquilo de novo e esperançosos pra que aquilo passe logo. Tornei-me a ficar de joelhos, abracei a privada, escutei seus conselhos e pus pra fora. Pela segunda vez. E isso me lembra o genial stand-up comedy do Bill Cosby onde ele fala sobre pessoas ficando bêbadas, aqui: http://youtu.be/DtANiauLprk

 Saí de lá, me deitei ao sofá. Ainda não me sentia bem, e voltei ao banheiro. Esgurmitei pela terceira vez, enquanto a privada continuava a falar carinhosamente comigo. E essa foi a pior. O esgurmito simplesmente parava na minha traqueia e eu tinha a certeza que poderia morrer ao melhor estilo Jimi Hendrix: engasgado com o próprio vômito.Voltei ao sofá, fraco, porém um pouco melhor. E não consegui dormir de novo. E tive que aguentar essa tortura. Esse pesadelo. Devido a não conseguir voltar repousar, me entregar à essa terrível humilhação. Tive que ser obrigado a assistir As Aventuras do Didi.

 Tentei comer um pão com vinagrete, tomar água... mas não descia. Aquilo parecia a pior coisa do mundo. O máximo que descia era eu mesmo ao me ajoelhar de tanto vomitar. Até que me ocorreu a brilhante ideia: sair do sofá e dormir em minha cama. Genial. Quem pensaria algo assim: ir para minha própria cama pra tentar dormir ao invés de ter que assistir e aguentar meu corpo gritar depois de uma piada do Didi. E entrei em estado vegetativo novamente. Só me lembro que dormi até as oito horas da noite.

 Meus pais brigaram comigo? Não. Só deram risada e me mandaram fazer isso e aquilo. Olha que bacana. E fui zoado devido a ter registros de uma foto e um vídeo de mim me flagrando enquanto eu bebia tudo desavergonhadamente na frente de todos.

 Coincidentemente, um dia após esse grande fato eu me deparei com um estudo que indicava que músicas pesadas e com batidas rápidas influenciavam mais as pessoas á beberem mais. Prefiro acreditar que o estudo está correto e que as músicas velozes me influenciaram a minha estréia no mundo da embriaguez. Somado isso ao fato de todo o clima festivo de ano novo, e o jogo Drinking Game e a grande variedade de bebidas, era inevitável. Fui fadado ao meu primeiro dano de fígado judiado pelo suco de cevada e por bebidas misturadas com mé.

 No entanto, cheguei a algumas conclusões: Álcool é igual rede social. Agrega as pessoas, mas se você não souber usar vai acabar passando vergonha. E você é julgado de acordo com o que você está bebendo em uma festa. Se você chega em um festa com desconhecidos e só bebe Fanta Uva, você não será visto como uma pessoa legal ou engraçada, pelo o menos para alguns. Generalização e meia-verdade, óbvio.

 Resultado: vômitos 3, ressaca 0. Sim, bebi pra caralho, vomitei três vezes e não fiquei com dor de cabeça. Pararei de beber? Não. O único que nunca farei de novo é beber cerveja, batida, uísque e energético no mesmo dia. 

 Fiquei nauseado todo o dia seguinte. E perdi 45 de life. Essa é minha vida bastarda e cheia de aventuras. Impressionante.


10/01/2012

O tio Pavê

 Todos nós temos pelo o menos algum parente, de preferência um tio, em nossa família, que é o responsável por fazer as piadas óbvias. Esse é o Tio Pavê. Tio Pavê é como eu chamo carinhosamente aqueles que fazem as piadinhas mais engraçadas, bombásticas e sacanageiras do nosso mundo globalizado. Tio Pavê é o tipo de pessoa que tenta ser como o tio realmente engraçado da família. Ou o que tenta ser um tio engraçado. Tio Pavê é o que se senta na mesa de almoço em família, e não hesita em fazer a famosa piada do Pavê ou pacomê. Tio Pavê é o que de melhor consegue fazer é causar algumas gargalhadas no sobrinho de oito anos.

 O Tio Pavê não exita em deixar a família inteira constrangida por fazer uma piada óbvia ou manjada demais. E por falar em manjada, o Tio Pavê é também aquele que diz "Não sei fazer manjar, mas a senhora deve manjá né?" A espécime mais previsível do planeta Terra.

 O Tio Pavê é o que em época de Natal, ao todos estarem na mesa, saboreando as maravilhas da cultura natalina, pergunta à sua esposa - com toda a sua originalidade, sarcasmo, criatividade, acidez, humor negro, ironia e ousadia para fazer piadas: "Você vai por o peru na boca?"

 Tios Pavê são extremamente rotineiros. Não há nenhum final de ano em que ele não fale "esse ano eu não bebo mais" ou "tomar banho só ano que vem". Ou pior ainda: quando em festas de ano novo, ao dar 00:00, ele dá o abraço, as felicitações e manda toda a sua originalidade para causar risos falsos e constrangidos: "Po, feliz ano novo cara, não te vejo desde o ano passado ein!"


  E falando em meia-noite, não há como evitar eventuais piadas que o Tio Pavê possa ou irá fazer. Exceto algumas poucas delas. Como por exemplo, ao estar você e ele em uma festa e já ter passado da meia-noite, quando tiveres indo embora, nunca se despeça do Tio Pavê dizendo que "vou ter que acordar cedo amanhã", porque involuntariamente seu instinto cômico-constrangedor irá retrucar "amanhã não, hoje, já passou da meia-noite" seguido de risadas infames. E por falar em risadas infames, são exatamente isso que torna as piadas mais constrangedoras ainda.

 Você não pode andar pela rua ou passear com um Tio Pavê. Porque hora ou outra ele vai dizer "Cuidado, você pisou! No chão!" e fazer suas típicas gargalhadas infames. Você não pode discutir com um Tio Pavê. Não pode ter argumentações sérias sobre assuntos sérios ou polêmicos sobre o Tio Pavê, ainda mais se você for gordo. Porque se você for gordo, ele não hesitará. Ele irá dizer "Eu acho que você está redondamente enganado".

 O Tio Pavê tem ótimas veias e inspirações cômicas. Suas qualidades como roteirista d'A Praça É Nossa são inegáveis. E em muitos casos são frustrados ou têm baixa auto-estima por não serem originais e criativos em suas piadas. Contraditoriamente, em alguns casos, eles são justamente os parentes mais felizes, satisfeitos com as suas situações econômicas e conjugais. Pelo o menos é o que aparenta. Tios Pavê faz uso do humor como uma válvula de escape para seu casamento infeliz com a tia gorda, de cabelo ruim que cheira à salmão estragado na feira e está com varizes.

 Tio Pavê é sempre aquele que nós esperamos que em todo churrasco ele faça as mesmas piadas para o churrasqueiro. Sim. É aquele que se aproxima e pergunta se dois quilos de linguiça dá pra vinte comer. É o que vai na padaria, na loja ou em qualquer outro estabelecimento e ao falar com o vendedor ou o atendente diz "Eu quero a Marba... a marbarata". Existem ainda tios pavê que se atrevem à fazer aquela piada que parou de ser engraçada em 1994: "Você pinta como eu pinto?". Que original. Meus parabéns.

 O Tio Pavê não tem idade. E não precisa ser necessariamente da sua família. Pode ser seu amigo. Pode ser aquele que ao você ligá-lo para confirmar se ele vai na pizarria e perguntar "como vai" ele indubitavelmente responderá "não como você mas gostaria". Pode ser seu companheiro, seu parceiro, seu colega de escola ou trabalho, sua mãe, seu pai, seu papagaio. Pode ser você.

noça engrassado p krl d+ mesmo essa piada ein lek
 Os Tios Pavê sofrem. Sofrem da Síndrome do Pavê. E qualquer um pode pegar essa doença, permanentemente ou temporariamente. Ou seja, você pode fazer piadas óbvias, sem graça e manjadas o tempo todo ou esporadicamente. Esses são o Tio Pavê. É como eu os carinhosamente nomeio.

04/01/2012

Testemunha de Jeová? NÃO!

Não achei nenhuma imagem legal e coloquei essa porque ela é gostosa.
 E também pra incentivá-lo a continuar a ler o texto, que é melhor que a Bíblia

 O que é exatamente estar de férias? Férias: estado de ação; É quando sua ociosidade, sua procrastinação e seu sedentarismo e começam a brilhar e entram em chamas, descontrolando todo o seu relógio biológico, fazendo-lhe dormir de 10 à 12 horas diárias. Isso se você for um abstêmio de vida social, é claro. O que é meu caso.

 Dizem que as pessoas passam em média um terço da vida delas dormindo. O que significa que elas dormem aproximadamente 8 horas por dia. Então, se eu durmo 12 horas por dia, passo metade da minha vida deitado sobre um colchão? Acho justo, afinal, como sou um completo desprovido de convívio humano, ainda mais nas minhas férias escolares, não faz diferença. E não importa o quão cedo eu vá dormir, aparentemente só consigo entrar em coma após as cinco horas da madrugada. Se eu não morresse por doze horas todos os dias, isso não seria um problema sério.

 E justamente neste dia normal cumprindo minha rotina, que era pra ser uma de minhas hibernações de inverno dignas de ursos polares, fui despertado de meu sono matinal, matutino, vespertino e noturno. O que era pra ser um dia normal pra ser cumprido meu horário normal de sono nas férias (o que no caso seria das 5:00 até às 15:00), fui interrompido de meus nobres sonhos. Fui acordado às 10 horas da manhã com barulhos no portão de minha residência.

 Quem era? Era o cobrador da luz? Da água? De IPTU? Da conta do bar? Do prostíbulo? Não. Abri a porta. Era uma testemunha de Jeová?! NÃO!

 Surpreendentemente, cheguei a conclusão de que o mundo decidiu conspirar à favor de novas tendências na moda nesse verão de 2012, renovando um pouco os valores dessa sociedade moderna. Ou seja, ao invés do cosmos me enviar uma velha testemunha de Jeová que pudesse me perguntar qual foi a pessoa mais importante que já viveu e eu responder com o meu maior senso de fanfarronice que foi o Goku ou o MacGyver; não. Não era nenhuma testemunha de Jeová. Que antes fosse.

 Me encaminhei com os olhos grudados de lágrimas ressecadas enquanto ajeitava desesperadamente meus pés em meus chinelos, e meu cérebro recém-ligado que não conseguia descobrir onde encontrava-se a chave. E além de tudo, meu desespero aumentava a medida que batiam mais na porta e eu não achava as benditas chaves. Minhas células e meus neurônios cerebrais não estavam totalmente eletrizados ainda, portanto decidi por desistir pela procura de tal objeto perdido e atender ao maldito desconhecido elemento que estava batendo em meu portão de casa às 10 da manhã exigindo minha presença, seja lá por quais eram seus motivos.

 Desci um pequeno par de degraus e me encaminhei ao portão. O abri. Estava destrancado. A minha persistência de procurar a chave tinha sido em vão. Enquanto eu abria a porta, meu cérebro e meus olhos parcialmente abertos que ainda estavam se conectando em minha recém despertada desesperada tentavam identificar em meio à luz do sol o que estava me fazendo acordar do conforto de minha cama. E avistei duas figuras. Dois corpos. Dois indivíduos, dois elementos. Duas pessoas. Duas mulheres. Mulheres femininas.

 Eram duas mulheres. Meus olhos ainda entreabertos e minha perspicácia deram uma rápida analisada na vestimenta de ambas as mulheres, que se vestiam e tinham fisionomia iguais. Tinham cabelos longos nas costas e usavam saias jeans. Ou seja: De fato, não era uma testemunha de Jeová. Eram DUAS evangélicas! Cheguei a rápida e irrefutável constatação diante disso: eram duas evangélicas prestes a me evangelizar! Não foi bem assim, ainda bem. Elas não estavam lá "diretamente" com o intuito de me evangelizar. Elas estavam lá com o intuito de "incentivar a leitura da Bíblia"... que tédio. Como um ateu, qualquer proselitismo  religioso já é uma encheção de testículos que um cético convicto não consegue engolir. Isso é tedioso. Mais chato do que um religioso fundamentalista tentando-lhe converter ou pregando a palavra á um ateu é duas evangélicas me acordando às dez da manhã para me incentivar a ler a Bíblia!

 Uma das evangélicas puxou uma bíblia de sua bolsa e habilidosamente abriu na página correto, no versículo correto, do parágrafo certo, da lei certa e sei lá no que mais do livro das leis divinas de Deus que eles supostamente cumprem. Não lembro o que ela disse, mas relacionava alguma coisa com Deus e o amor ao próximo, ou alguma falsidade do tipo. Obviamente latejavam em minha mente mil e uma respostas sarcásticas, sérias, debochadas, irônicas e engraçadas sob motivos variados simplesmente para ver a reação das tais senhoritas engajadas em seus projetos de incetivo ao livro sagrado. Poderia ter feito isso sem o menor remorso ou senso de vergonha. Mas não o fiz. Talvez por motivos de querer conter minha fanfarronice ou porque meu cérebro ainda não estava totalmente carregado por terem me despertado de manhã. E deveria o ter feito, afinal, esse post ficaria muito mais engraçado. Mas enquanto isso, aceitei normalmente a falação inútil da senhorita que desconhecia o fato de eu ser ateu.

 Eu poderia lhes ter ordenado que fossem embora imediatamente. Mas não se pode fazer essas coisas. Eu poderia tê-las avisado que eu era ateu, ou que eu já pertencia e seguia fielmente ao satanismo. Ou que era gay, afinal pra elas um gay é uma ameaça as "regras de Deus". Ou que eu já tinha minha religião e que acreditava em Odin, afinal ele é bem melhor.

 E porque o incentivo da leitura da Bíblia? As pessoas não gostam de ler livros grandes e chatos. E a Bíblia é exatamente isso. Por que não um livro mais legal como uma coletânea de crônicas do Luís Fernando Veríssimo ou do Arnaldo Jabor? Ou livros didáticos, que ensinem sobre placas tectônicas, as maravilhas culturais de Butão e a posição da Nova Zelândia que eu aposto que muita gente não saiba, ein? Ou até mesmo algo mais simples, como A História da Chapeuzinho Vermelho? Aposto que esses livros têm todos mais moral e mensagens éticas do que a Bíblia. E nenhum deles foi responsável por nenhuma guerra até agora.

 Enfim... só gostaria que vocês ficassem sabendo essa minha incrível aventura e desse fato que faz da minha rotineira vida agitada. Pelo o menos ainda não fui interrompido bruscamente de novo e continuo a cumprir meu horário de hibernação normalmente.